
Texto extraído de Diário de Pernambuco, autora Mirella Marques.
"Livro sobre sexualidade gera polêmica
Na terra em que refrões como "toma pirraia" e "chupa que é de uva" fazem sucesso, falar sobre sexo, quem diria, ainda é um tabu. Prova disso é a polêmica causada pela adoção do livro paradidático "Mamãe, como eu nasci?" neste ano pela rede municipal do Recife. A obra, escrita há 18 anos pelo educador Marcos Ribeiro, foi motivo de protesto de pais e responsávels por alunos de escolas da Zona Norte do Recife. Eles se queixaram das ilustrações do livro, voltado para crianças de 7 a 10 anos de idade. As páginas, que entre outras coisas mostram um menino e uma menina se masturbando, deixaram até professoras de cabelo em pé. O paradidático faz parte do kit escolar dos estudantes do 4º e do 5º ano da rede, com idades entre 8 e 10 anos. O material foi distribuído na semana passada a 25 mil alunos de 208 escolas municipais. A Prefeitura do Recife marcou uma reunião na próxima semana para definir como a obra será trabalhada a partir de agora."
Eu realmente tento entender.
As crianças querem saber sobre sexo. Ninguém na família quer explicar. Querem que escola explique. Quando a escola se coloca pra explicar. Reclamam!
Trabalhei com ensino fundamental por uma ano e meio e percebi neles a vontade de saber sobre questões ligadas ao sexo, relação sexual, prazer, fecundação, gravidez, desenvolvimento do bebê e parto. Me recordo de meninas de 8 e 9 anos se trancando no banheiro pra ver como era uma camisinha. Uma delas tinha encontrado na gaveta do pai, pegou uma das camisinhas e levou pra escola pra mostrar pras coleguinhas. Os meninos de 9 e 10 anos vendo vídeos pornográficos no celular, depois do intervalo. De onde conseguiram tais vídeos? Do computador do pai.
Ah!!! Quanta hipocrisia.
Eu tive educação sexual aos 10 anos, nem por isso transei aos 12. E nem fiquei grávida aos 15. Agradeço à prof. LILIAN CRISTINA BUZATO RITTER, pelas aulinhas depois da aula. Foram de grande valia.
As crianças querem entender, conhecer. Elas não querem fazer, mas saber. Penso que quando sabemos ou conhecemos, quando explicam por A mais B o que são e como são as coisas, não temos tanta necessidade de conhecer por meio da prática, especialmente quando somos crianças.
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