domingo, 10 de agosto de 2008

Aborto: a decisão é de quem?




A decisão acerca do aborto é de quem? Do Estado? Da Religião? Da justiça? Do homem? Da muher?








Marcha Mundial da Mulheres; foto de Anderson Barbosa;
extraída de: http://www.flickr.com/photos/fotojornalistaandersonbarbosa/2899360628/

Li que a decisão é a da mulher. Afinal de contas é o corpo dela. Afinal de contas a responsabilidade maior é sempre dela. Os cuidados com a criança é mulher que DEVE ter. Então, a decisão cabe a ela!
Li também que a decisão é de todos os envolvidos sexualmente no fato, ou seja, o homem e a mulher. Afinal de contas, a concepção dependeu diretamente do espermatozóide e do óvulo.

Li outras coisas que envolviam o Estado, a Religião e a Jurisprudência. Estes, discutem coisas ligadas ao aspecto moral, religioso e político.
Conheço filhas de religiosos fervoros que admitem já ter feito um aborto, a mocinha que disse que foi fazer um intercâmbio nos Estados Unidos, mas, na realidade foi pra Argentina fazer um aborto e dar um tempo do ex-namorado que terminou com ela assim que soube do futuro reservado a ambos: serem pais!
Conheço a mocinha, filha do político boa praça na igreja nos finais de semana que também fez uma cirurgia as 2 da manhã e sangrou durante o dia seguinte inteiro, porque tinha que extrair de seu útero a sem-vergonhice do final de semana chuvoso em que os pais estavam viajando e ela tinha transado sem camisinha com o namorado.
Quem fez essas cirurgias? Tenho certeza que não foi um veterinário!
A decisão nos casos citados acima não foi apenas da mulher, mas, da família, da religião e do status social. Todas elas optaram pelo aborto, na medida em que elas e as famílias não queriam que elas parecessem mulheres imorais e sexualmente ativas. Imagina ter q explicar 2 metros de barriga à comunidade religiosa sem ter festa de casamento, anel, lua de mel, etc!

O mais engraçado ou ironico disso tudo é perceber que a decisão continua sendo da mulher! Quero ver a mulher que decidir abortar e nao abortar porque a família, o Estado, a Polícia, o namorado impediu!

aborto: moralismo?


Grupos feministas realizaram uma manifestação em solidariedade às mais de duas mil mulheres que estão atualmente ameaçadas de prisao por pratica de aborto. O ato aconteceu na Praça Ramos de Azevedo e o tema central foi a descriminalização do aborto e o lançamento da Frente Nacional pela Legalizaçao do Aborto e parte das ações do Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto.

Foto e texto de Anderson Barbosa; extraído de: http://www.flickr.com/photos/fotojornalistaandersonbarbosa/2898518877/

Aborto: minha amiga fez!

Maurício Bastos, extraída de: http://www.mauriciobastos.com/


Quantas pessoas você conhece que já fizeram um aborto?

Você sabia que a cada 100 mulheres, 33 afirmam conhecer alguém que fez o aborto? Mas, que somente 4 admitem ter recorrido ao procedimento?

Dado intrigante, né? Tanta gente conhece alguém que fez o aborto, mas pouca gente admite. Será que o fato do aborto ser uma prática ilegal, as pessoas se sentem coagidas a não serem sinceras ao responderem um questionário de uma pesquisa? Você responderia positivamente à questão "você já fez uma aborto?" em uma pesquisa, caso tivesse recorrido ao procedimento? Perguntaria e me certificaria que nada pudesse ser feito contra mim judicialmente. Aí, então, responderia. Além disso, temos outros fatores que justificam porque só as amigas fazem.

O problema maior que uma mulher deve enfrentar é a questão moral: imagina uma mocinha de 20 anos contar pro namorado que quando tinha 16 anos, ela engravidou do ex-namorado e teve que abortar porque ambos não tinham condições financeiras e emocionais de ter aquela criança. Será que o atual namorado continuaria o relacionamento com ela? Quer algo pior? Imagine o sentimento de culpa que esta mocinha deve sentir sempre que percebe que as amigas, a escola e a maior parte das pessoas afirmam serem contra o aborto. Ter a segurança e ser responsável para afirmar que um dia você praticou uma atitude ilegal não é para qualquer cidadão, por isso o percentual de mulheres que admitem ter abortado pula para 7% na faixa etária dos 22 aos 25 anos. E esse percentual é maior ainda quando se trata de mulheres com melhores condições financeiras ou com projetos de vida como a faculdade ou a carreira profissional, 9%.

O que tenho achado mais interessante até agora nas pesquisas que tenho feito é a quantidade de homens que são contra o aborto. Interessante. Eles não ficam de 7 a 9 meses inchados, enjoados, com azia, com a sensibilidade à flor da pele, etc. Além disso, há a responsabilidade materna que diga-se de passagem é bem maior, amamentar, trocar as fraldas, educar, ensinar a comer, a usar o vaso sanitário, a se limpar.... uau! Interessante. Os argumentos para tal postura variam, mas a maior parte recai na velha ideologia religiosa: o valor da vida humana.

Mais vale um ser humano que passe fome e não tenha educação do que a inexistência do mesmo.

Aborto ilegal é maior causa de morte materna

Imagem de Maurício Bastos; título: O Céu e o Tempo;
extraída
de http://blog.mauriciobastos.com


Alguns minutos online e vc encontrará diversos dados sobre a questão do aborto no Brasil. Os dados revelam que apesar de proibido, a prática do aborto existe e é feito no Brasil. MAs, quem são os médicos e quem são essas mulheres? Essa pergunta será um dia respondida? Hipocrisia acreditar que a prática do aborto não faz parte de nossa realidade! E nem ousem imaginar que a gravidez pode ser evitada por meio de contraceptivos como a camisinha, o anticoncepcional ou a pílula do dia seguinte. A existência desses métodos contraceptivos é uma coisa bastante distante do uso dos mesmos. O que quero dizer é, simplesmente, que: no Brasil, não há uma cultura do uso de métodos contraceptivos.
Uma das reportagens que li acerca do aborto dizia que a maior causa de morte materna em cidades pernambucanas, como Petrolina, era devido ao aborto ilegal. Os dados foram coletados e divulgados pela CFemea - Centro Feminista de Estudos e Acessoria - e pela Gerência de Saúde da Mulher. Os dados revelam que em Recife, no ano de 2007, ocorreram 1.835 internações para procedimentos obstétricos relacionados ao aborto em maternidades municipais e 2442 internações para procedimentos de aborto. Pouco?
A taxa de abortos induzidos em Pernambuco varia de 30% a 70%, numa faixa etária de 15 a 44 anos. O CFemea afirma que a ilegalidade do aborto leva à subnotificação e ao sub-registro de informações relacionadas ao aborto no SUS, contribuindo para o aumento dos riscos à saúde a à vida das mulheres.
Entretanto, os grupos de mulheres são afetados de forma desigual em todo o país. As diferenças sociais e econômicas afetam o acesso aos serviços à saúde nos diferentes grupos étnicos e raciais brasileiros.


terça-feira, 5 de agosto de 2008

USEEEEE!

Cartoon de YU LIANG, China, disponível em: http://www.aids.gov.br/humor/galeria1/index.htm.

Aborto: você é a favor ou contra?


Este mês a capa da revista Sociologia coloca em destaque antigos personagens, figurinos e roteiros: o aborto, suas implicações legais e religiosas. Isto me incitou a determinar que nesta semana o tema a ser discutido no blog será: o aborto (1).
Em busca de outras informações sobre o assunto me deparei com o texto de José Roberto Goldim, http://www.ufrgs.br/bioetica/abortobr.htm, publicado em 1998, atualizado em 2004, onde o autor levanta questões sobre os projetos de lei 183/04, que permite o aborto apenas em casos, os quais o feto se desenvolve sem cérebro (anencéfalo), 227/04 que retira a punição dos casos de aborto de fetos anencéfalos e 312/04 que retira do Código Penal a interrupção de gravidez como crime.
Além disso, tive a felicidade de encontrar o blog da Patrícia Rangel, muito bom, especialmente porque encontrei reportagens, informações importantes e colocações interessantes. E, algumas informações encontradas lá serão aqui também. Quer começar a pensar o que você pensa sobre o aborto? Vai lá: http://patirangel.blogspot.com, localize "papo sério" e comece a pensar!

Quem sabe até o fim da semana a gente não começa a agir! Esse é o objetivo!

sábado, 2 de agosto de 2008

"Nem antigo. Nem moderno. Atual."

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