sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O prazer dos outros

O que me intriga em tudo que leio sobre sexo e sexualidade é que SEMPRE buscamos normatizar e padronizar comportamentos. Dessa vez, li que "vegetarianos (as) gostam mais de fazer sexo oral". Será mesmo?! A reportagem é da Débora Spitzcovsky, do blog Planeta Sustentável. A reportagem utiliza dados de uma pesquisa realizado em um site de relacionamentos para afirmar que os vegetarianos gostam mais de fazer sexo oral: "Ao perguntar para cerca de 250 mil usuários do site, o OkCupid descobriu que mais de 30% das mulheres e 90% dos homens adeptos do vegetarianismo gostam de fazer sexo oral em seus parceiros, contra 15% das mulheres e 69% dos homens que não têm nenhuma restrição em sua dieta alimentar." Tenho minhas dúvidas sobre isso, assim como sobre outras questões do campo do sexo e da sexualidade. Penso que pode ser, mas por se tratar de prazer não se pode escrever numa caixinha e os seguintes dizeres: "manual de instruções: o que fazer para proporcionar prazer a (ao) sua (seu) parceira (o)", entregar à (ao) parceira (o) e achar que tudo vai ser lindo! Inviável. O prazer sexual é tão subjetivo quanto a individualidade dos sujeitos. Temos sim, sexológos, que vão defender "N" posições sobre o prazer, mas quem irá sentir são os sujeitos. Penso que reportagens como essa, entre outras, buscam determinar e assentar as pessoas em determinados rótulos. Se você é vegetariano e DETESTA sexo oral, seja feliz com outras práticas prazerosas que o sexo pode te proporcionar, não fique tentando fingir gostar, porque disseram que VOCÊ gosta. Se você não é vegetariano e ADORA sexo oral, ignore os dizeres desta reportagem e vá ser feliz, vá sentir prazer e ficar feliz com a prática do sexo oral. Penso que enquadrar pessoas em padrões é um discurso bastante utilizado em nossa sociedade pra criar noções de normalidade e anormalidade e que isto tem reflexos nos nossos comportamentos, tanto sexuais quanto sociais.

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