quarta-feira, 4 de junho de 2008

Dar é fazer amor??? Fazer amor não é dar?????



Recebi este texto de um (a) amigo (a) há algum tempo e me recordo de ter "meditado" alguns dias sobre ele.
Leia você e me diga há realmente essa diferença entre fazer sexo e fazer amor? Será que o sexo fica "mecânico" com um (a) estranho (a) que você acabou de conhecer? Ou será que o sexo fica "mecânico" com o ser com quem você dorme há 5 anos e nem percebeu que você cortou o cabelo, tirou a barba ou a deixou crescer? Será que não deveriamos SEMPRE fazer sexo ou "amor" ou "dar" ou "comer" SEMPRE bem feito, isto é, proporcionar e receber estímulos, prazeres e tudo aquilo que o ato sexual garante a aqueles que o praticam??? Questões e mais questões... leia Veríssimo e veremos, quem sabe, as respostas para isso.
(Imagem de Alex Portes, designer e diretor de arte, disponível em: www.alexportes.com)



Dar não é fazer AMOR

Luiz Fernando Veríssimo

Dar não é fazer amor. Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, é só dar por dar.
Dar sem querer casar...
Sem querer apresentar para mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois
de amanhã. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém para querer casar, para apresentar para mãe, para dar o primeiro abraço de Ano Novo e para falar:
“Que que ce acha amor?”.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...

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